O Prefeito Gilson em reunião com o Governador e Secretário de Agricultura esteve em Fortaleza no dia 24 e conversou sobre os problemas desse período de estiagem e os prejuízos que este período seco irá trazer para nossos agricultores.Hoje, Marta Rocha em reunião na Câmara dos vereadores transmitirá as decisões tomadas por nossos governantes para auxiliar o homem do campo a enfrentar este período difícil.
Ao
todo, 17 Municípios cearenses já solicitaram o abastecimento de água por meio
de carro-pipa. O secretário de Desenvolvimento Agrário do Ceará, Nelson Martins,
faz um apelo aos gestores dos Municípios que ainda não atentaram para a
questão. “É urgente que as Prefeituras façam a decretação de estado de
emergência e a solicitação à Defesa Civil do Estado e ao Exercito do
atendimento às comunidades que estão sofrendo com a falta de água para que
estas recebam o apoio dos carros-pipas”, solicita ele.
Cisternas
Além das linhas de ações emergenciais disponibilizadas aos Estados do Nordeste que estão vivenciado a seca, o Ministério da Integração Nacional está disponibilizando ao Ceará a construção de 89 mil cisternas e a autorização de 1.500 projetos de abastecimento de água.
Além das linhas de ações emergenciais disponibilizadas aos Estados do Nordeste que estão vivenciado a seca, o Ministério da Integração Nacional está disponibilizando ao Ceará a construção de 89 mil cisternas e a autorização de 1.500 projetos de abastecimento de água.
Para
minimizar os danos nas lavouras e a situação de pobreza no campo, o Governo do
Estado do Ceará espera antecipar o pagamento do Programa Garantia Safra, que
seria liberado apenas no próximo mês de julho, mas que perante as atuais
necessidades dos agricultores poderá ser pago no mês de maio, dependendo da
situação dos Municípios. Ao todo, 240 mil agricultores participam do programa
no Ceará. Cada um terá direito a R$ 680,00, divididos em quatro parcelas
iguais.
Já
quanto aos valores do Bolsa Estiagem, que foi anunciado pelo Ministério da
Integração Nacional, o pagamento será feito o mais rápido possível, após a
conclusão dos laudos de levantamentos das perdas de lavouras.
O
valor será repassado às famílias que estiverem cadastradas no Cadastro Único
Para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico) e que não irão receber o
Seguro Safra.
O
programa pagará o total de R$ 400,00 por agricultor, com repasses feitos em
cinco parcelas de R$ 80,00.
De
acordo com dados da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Ceará
(Ematerce), o total de perdas em todo o Estado deve ficar em torno de 57% com
relação à safra de 2011. Até o dia 15 de abril, o órgão registrou que as
regiões mais afetadas foram o Vale do Jaguaribe, com 69,80% de perdas das
lavouras; Cariri, com 60,16%; e Sertões de Inhamuns e Crateús, onde as perdas
foram de 52,14%.
Após
o governador do Estado, Cid Gomes, ter apresentado as demandas provocadas pelos
efeitos da estiagem no Ceará, em reunião com a presidenta Dilma Rousseff, o
Governo Federal vai liberar recursos do plano de enfrentamento à seca, que vai
transferir recursos na ordem de R$ 2,723 bilhões para a região Nordeste do
País, sendo que uma parte deste valor já está prevista em orçamento, e cerca de
R$ 1,2 bilhão será de novos recursos. A divisão do recurso dependerá das
necessidades de cada Estado.
Por
meio das medidas emergenciais e estruturantes dos programas está prevista a
disponibilidade de crédito emergencial, onde cada pequeno agricultor terá
acesso ao crédito de R$ 12 mil. Para os que fazem parte da agroindústria, o
empréstimo pode chegar até R$ 100 mil.
Os
juros também são diferenciados. Os pequenos agricultores pagarão apenas 1% ao
ano e ainda poderão contar com descontos de até 40% no valor, se pagarem suas
parcelas em dias.
Já
para os demais, os juros serão de 3,5% ao ano. Estima-se que, com a medida,
sejam injetados R$163 milhões na economia do Ceará, superando os efeitos da
seca na economia regional.
Prefeitos
apontam prejuízos com a falta de chuvas
Fortaleza. “Este foi o maior desastre de estiagem para o Sertão
Central. Nunca como neste ano, se temeu tanto pela pecuária e pelos agricultores
familiares, que formam pequenos núcleos produtivos”.
A
afirmação é do prefeito de Piquet Carneiro, Município localizado no Sertão
Central, Expedito José do Nascimento, ao abordar, ontem, os efeitos da seca no
Ceará e as medidas que vem sendo empreendidas no combate no Nordeste.
Expedito
esteve presente ao segundo dia da II Marcha Municipalista do Ceará, que
acontece até hoje no Centro de Negócios do Sebrae. Na sua opinião, as medidas
anunciadas na noite da segunda-feira passada são importantes para diminuir as
perdas, mas reconhece as incertezas que cercam o rebanho.
“O
grande problema é que o pecuarista está tangendo o gado pelas rodovias, a fim
de aproveitar o pasto remanescente do entorno. A questão maior é o perigo que
isso representa para o tráfego, além de não ser uma medida efetiva para saciar
a fome dos animais”, disse.
Expedito
lembrou que não se contará com a agricultura de sequeiro e isso agrava os
problemas sociais do Sertão Central. Ele lembrou que manifesta confiança sobre
as medidas anunciadas pelo governador Cid Gomes, especialmente com a
antecipação do Seguro Safra. A meta é que as parcelas já sejam liberadas agora
em maio.
Também
entristecido com a precariedade da estação chuvosa de 2012, o prefeito de
Iracema, Otacílio Bezerra, lembrou que a pluviometria até este mês foram pouco
superiores a 200 mm.
“Não
houve chuva sequer para o plantio. Mas a nossa grande preocupação é água para
consumo humano”, afirmou Otacílio. Observou que apesar de haver promessa de que
o abastecimento será garantido por carros-pipas, há que se pensar no
abastecimento para o rebanho.
“Felizmente,
temos uma bacia leiteira expressiva com uma produção de 50 mil litros por ano.
Agora, nossa meta fica reduzida para menos da metade”, ressaltou Otacílio.
O
prefeito de Iracema afirma que está otimista com as decisões tomadas pela
presidente Dilma, com destaque para os investimentos federais nos carros-pipas
e na antecipação do Programa Água para Todos.
Apreensão
Também presidente à Marcha, o prefeito de Crateús, Carlos Felipe, disse que as medidas repassadas pelo governador acalmaram os agricultores de sua região, que prometiam ainda na manhã de ontem bloquear duas rodovias federais.
Também presidente à Marcha, o prefeito de Crateús, Carlos Felipe, disse que as medidas repassadas pelo governador acalmaram os agricultores de sua região, que prometiam ainda na manhã de ontem bloquear duas rodovias federais.
Tratavam-se
das que davam acesso à Independência e a Tamboril. O ato era para protestar na
demora de ações voltadas para o combate aos efeitos da seca. No entanto, em
conversa por telefone ainda na parte da manhã, ele dissuadiu os manifestantes a
suspender com os bloqueios.
“O
que existe de fato é uma apreensão muito grande dos pecuaristas e agricultores
pela falta de chuvas e, como consequência, os problemas sociais que afetam o
campo e a cidade”, disse Carlos Felipe.
Produção
de leite está comprometida
Iguatu A seca que castiga a maior parte do sertão do Ceará começa a trazer preocupações para o setor da pecuária leiteira. O pasto nativo em muitas áreas não germinou e em outras foi de limitada produção. O preço dos insumos (silagem e ração) já subiu significativamente e a oferta regional não será suficiente para atender a demanda.
Iguatu A seca que castiga a maior parte do sertão do Ceará começa a trazer preocupações para o setor da pecuária leiteira. O pasto nativo em muitas áreas não germinou e em outras foi de limitada produção. O preço dos insumos (silagem e ração) já subiu significativamente e a oferta regional não será suficiente para atender a demanda.
Nas
regiões mais afetadas pela estiagem, já há registro da queda na oferta de
leite. O temor dos criadores é ter de vender parte do rebanho, inclusive
matrizes, para o corte, e arcar com enormes prejuízos neste ano. “O quadro é o
mais grave possível e a tendência é se agravar nos próximos meses”, disse o
presidente do Sindicato dos Produtores de Leite do Estado do Ceará (Sindleite)
e coordenador da Câmara Setorial do Leite, Álvaro Carneiro Júnior. “É preciso
ver para acreditar quanto é grave a nossa situação, infelizmente”. Ele estima
que a pastagem natural acabe nos próximos 30 dias.
Na
tarde de ontem, ocorreu uma reunião entre representantes de entidades ligadas
ao setor da pecuária de leite com o presidente da Comissão de Agricultura da
Assembleia Legislativa, deputado Hermínio Resende, com o objetivo de definir
uma pauta de reivindicações que será encaminhada ao Governo do Estado para
minorar a situação dos criadores de gado. “Vamos sugerir que o governo
interfira para a elevação do preço do leite para que os produtores possam
comprar ração para o rebanho, liberar crédito bancário para os criadores e
aumentar a oferta de milho por meio da Conab”, frisou Carneiro Júnior.
Quixeramobim,
no Sertão Central, é um dos maiores produtores de leite do Estado, com uma
produção média diária de 150 mil litros. A estimativa que, nos últimos 15 dias,
a produção já caiu 15%. “Vai continuar caindo mais ainda e acreditamos que a
retração será de 50% ou mais”, frisou Carneiro Júnior. “Neste ano, o Ceará vai
sofrer uma redução drástica do rebanho e isso traz atraso para o setor de, pelo
menos, quatro anos”. Nesta semana, o quilo da torta de algodão, vendida por R$
0,50, dobrou de preço; o quilo do farelo de soja passou de R$ 0,75 para R$
1,00; o quilo da silagem passou de R$ 0,12 para R$ 0,18; e a saca de 60kg de
milho saltou de R$ 30,00 para R$ 45,00. “Se subir mais ainda, os criadores não
terão condições de comprar”, observou Carneiro Júnior. Uma solução seria a
transferência do rebanho para outras áreas, roça com pastagem em outros Municípios,
mas a seca provocou estragos em quase todo o Estado.
O
secretário de Agricultura de Madalena, Município que decretou situação de
emergência no último dia 11, Eurivando Vieira, disse que a queda na produção de
leite nos últimos dez dias foi de dois mil litros diários. Ele observou que, em
uma associação de criadores da Agricultura Familiar, ocorreu uma queda ainda
maior, de 50%. A produção de leite, que era de 800 litros por dia, foi reduzida
para 400 litros diários. “Esse dado real mostra a gravidade da seca no
Município. Todos estamos preocupados e não sabemos o que fazer para enfrentar o
problema. Ainda não temos solução e nem alternativa”, disse. Os pequenos
produtores da agricultura familiar são afetados e não têm condições de reação.
O
secretário de Agricultura de Quixeramobim, Cirilo Vidal, também está preocupado
com a situação que se aproxima. “Por enquanto, houve aquisição de silagem da
região de Limoeiro do Norte, mas, quando essa oferta acabar, o quadro vai ficar
complicado para os criadores”, disse. “A solução para esse tipo de crise
depende de vontade e decisão governamental”. Vidal observou que os criadores
que têm dívida de financiamento de crédito rural estão em pior situação, com
risco de perder a propriedade. “É preciso renegociar esses débitos com
urgência”.
O
Município de Iguatu é uma área privilegiada porque as chuvas estão acima da
média histórica e há formação de pastagem natural, mas a preocupação da Unidade
de Pecuária de Iguatu (Upeci) é com a transferência de rebanho de outros
Municípios.
“No
segundo semestre, o quadro vai se agravar porque não temos oferta para atender
toda essa demanda, o nosso rebanho cresceu muito”, disse Mairton Palácio,
presidente da Upeci. “O preço da silagem, do farelo de soja, algodão e do milho
subiu e mantém tendência de alta para os próximos meses e isso vai trazer
dificuldades para todos os criadores”. O temor é de que não haverá estoque de
pastagem para o segundo semestre.
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